quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MITOS MESOAMERICANOS - O Nascimento do quinto sol




O mito da criação do quinto sol tem como seu cenário a antiga cidade de Teotihuacán, que iria dominar o imaginário dos povos do vale do México. Nele encontramos personagens da cosmologia Tolteca e não há nenhuma referencia ao deus guerreiro mexica (asteca) Huitzilopochtli, que seria associado mais tarde ao próprio sol e seus diversos mitos. Tal relato provavelmente se espalhou pelos primeiros povos de língua náhualt que colonizaram o vale do México, o que não implica dizer que os mexicanos iriam rejeitar essa cosmologia, pelo contrario são diversos mitos de origem mexicana que faz uma ponte com o mito tolteca do surgimento do quinto sol e nesse mito especifico não se pode deixar de nota os elementos essenciais que fariam parte do sincretismo religioso que os mexicanos iriam sofrer. O povo do sol iria modificar esse mito criando a sua maneira de ver o mundo mais os elementos essenciais como; o sacrifício, a luta entre o sol e a lua iria adentrar o mundo mítico mexicano e estará presente com uma nova roupagem em seus próprios mitos.
Teotihuacán é concebida como o centro do mundo e a morada dos deuses, o próprio nome da cidade assim como das duas principais pirâmides fora dado pelos mexicanos e seu significado quer dizer; morada dos deuses. Uma tradução moderna como nos sugeri Drew David quer dizer “lugar daquele que possui caminho até os deuses”. Para os mexicanos, assim como os povos do vale tudo começara ali, o quinto sol e o esplendo da cultura náhualt em todos seus aspectos deram o primeiro passo nessa grande metrópole.
Os mexicanos jamais viram Teotihuacán em funcionamento, pois quando eles a encontraram ela já se quedava abandonada a mais de 500 anos, contudo a grandiosidade da antiga metrópole impressionou os povos do vale do México, que não tiveram duvida de enxergar aquele lugar como o gênese de todos os povos, pois se os deuses algum dia vivera entre nós, Teotihuacán era com certeza a sua morada e essa idéia iria persisti na mentalidade mexicana, que tentaria criar em sua capital uma réplica do antigo poder da grande metrópole. De fato Teotihuacán fora a maior metrópole da America e sua influência pode ser vista nos murais de cidades mayas como Tikal, Copán e na arquitetura de Chichen itza, todavia toda essa grandeza se encontrava no esquecimento e sua existência passara a residi no mundo dos mitos e no imaginário popular. Mais suas tradições foram passada para sua cidade herdeira, a cidade de Tula, e esta por sua vez introduziu boa parte de seu pensamento nas culturas náhualt, pois esse era um momento de grande fluxo cultural e pode ser descrito como um período áureo conhecido como renascimento tolteca, aonde as idéias da antiga metrópole parecia ganha vida. E nesse cenário de renascimento de fluxos de idéias que Teotihuacán assumiu um lugar mítico como uma espécie de gênesis dessa nova cultura hibrida. Do ponto de vista histórico podemos dizer que todo desenvolvimento cultura se iniciou em Teotihuacán, arquitetura, religião, progresso material e o calendário religioso que surgiria nessa cidade, é a parti de Teotihuacán que o vale iria conhecer a civilização.

Outros elementos que figuram no texto são de importância para compreensão do pensamento que os mexicanos iriam adotar, é a mensagem de que o sol precisava de alimento e esse alimento era o sangue humano, que os próprios deuses, como exemplo á se segui, se ofereceram como sacrifício e entregaram o seu sangue ao sol, assim desde cedo esse pensamento do sacrifício ligado ao medo do fim do quinto sol, dominaria o pensamento mexicano de forma patológica fazendo com que os mesmo transformassem os sacrifícios humanos em uma verdadeira indústria. Nele também vemos uma espécie de protótipo ideal de homem mexicano; o guerreiro modesto que enfrenta a morte sem temê-la, aquele que se deixar sacrificar pela manutenção da sociedade e do cosmo. Esse pensamento iria molda o pensamento guerreiro mexicano.
Por último encontramos o duelo entre o sol e a lua que para os mexicanos assumiria forma da constante luta entre o deus Sol-Huitzilopochtli e de sua irmã, uma feiticeira que aliada aos seus outros irmãos lutam durante a noite, no momento em que o sol esta fraco, para tomar o seu poder. Assim havia sempre o medo de o sol não nascer, o medo do fim da quinta era e para evita esse cataclismo era preciso nutri o sol como o alimento mais poderoso da terra, o sangue humano, pois somente através do sacrifício que o sol poderia continuar a se mover. 



O novo sol em Teotihuacán

Diz-se que quando ainda era noite, quando não havia luz, no tempo sem manhã dizem que se reunirão chamando um aos outros em Teotihuacán.
Disseram e falaram entre si.
- Vinde, oh deuses! Quem tomara sobre si este fardo? Quem levara nas costa? Quem iluminara e quem trará o amanhece?
Em seguida um entre eles falou, ali apresentou seu rosto Tecuciztécatl e ele Disse:
- Oh deuses, em verdade será eu.
Outra vez disseram os deuses.
- Haverá outro mais?
Em seguida todos se olharam entre si se fazendo ver o que pensavam e disseram:
- Como será? Como faremos?
Ninguém se atreveu a se candidata. Todos os grandes senhores manifestaram seu temor e retrocederam. Nada se fez ali visível.
Nanahuatzin, um desse que estava ali reunido permanecia calado e escutando. Então os deuses se dirigiram a ele e disseram:
- Tu! Tu serás Nanahuatzin!
Ele então se apressou a recolher a palavra e a tomou em boa conta e disse:
- Estar bem, deuses. Tem me feito um bem.
Em seguida empenharam a fazer penitencia. Quatro dias jejuaram, Nanahuatzin e Tecuciztéctal. Foi quando acenderam o fogo e ardeu a fogueira, que eles chamaram de fogueira divina.
E Tecuciztécatl ofereceu penitencia com que tinha de precioso: seus ramos de abeto era tal qual pluma de quetzal, suas bolas de grama eram como ouro e seus espinhos de jade. Com as espinha ensangüentada pelo coral e seu incenso era o mais genuíno incenso de copal.
Pois de Nanahuatzin suas ramas de abetos eram de canas verdes, canas novas em feixe de três, todas atadas ao um conjunto de nove.  E suas bolas de gramas eram genuínas barbas de anotas, e suas espinhas eram genuínas espinhas de manguey. E com ela ele realmente se sangrava. Seu copal por certo era aquele que saia de duas feridas.
E cada um deles fez penitencia em seus respectivos montes durante quatro noites. E dizem agora que esse monte são as pirâmides: a pirâmide do sol e a pirâmide da lua.
Quando terminaram as quatro noites de penitencia vieram a jogar por terra os ramos de abetos e tudo aquilo que tinham usado para fazer a penitencia. E tudo isso foi feito. Se levantando em meio à noite para que se cumprisse seu ofício e se converterem em deuses. E na meia-noite eles puseram nas costa suas cargas, seus atavios, seus adornos. A Tecuciztécatl lhe entregou seu tocado redondo de plumas de garça e também seu chalequillo e a Nanahuatzin somente papel e com ele cingiu sua cabeça, cingiu seus cabelos. Seu nome, seu tocado, seus atavios e suas treliças eram de papel.
Feito tudo isso quando deu meia-noite todos os deuses se reuniram enfrente a fogueira que chamava fogo divino e que por quatro dias havia ardido. Por ambas as partes se colocaram em fila os deuses. E no meio deixaram de pé aquele que se nomeava Tecuciztécatl e Nanahuatzin e os colocaram de face voltada para o fogo divino.
Em seguida falaram os deuses e disseram a Tecuciztécatl:
-  Tenha valor oh Tecuciztécatl, lance-se, jogue-se no fogo.
Sem muito tarda foi esse se jogar no fogo. Pois quando sentiu o ardo do fogo, não pode resisti. Não lhe foi suportável e não pode tolerá-lo. Estava bastante quente o fogo, um fogo abrasado que ardia e ardia. Por isto ele veio a ter medo, veio a paralisar-se e veio a voltar atrás em seu intento. Ele retrocedeu. Uma vez mais ele reuniu todas as suas forças tomando a resolução de se lançar e se entregar as chama. Pois mais uma vez ele não conseguiu, pois quando sentia o calor ele regressava e desistia. Por quatro vezes, quatro vezes ele tentou mais não conseguiu se lançar nas chamas.
Após tentar quatro vezes, assim falaram os deuses a Nanahuatzin:
- Agora é tu, agora é tu Nanahuatzin, que seja você.
E de uma só vez Nanahuatzin enfrentou o calor, concluiu o negócio, se fez forte teu coração e fecho os olhos para não senti medo. Não deteve nenhuma só vez e não regressou. Jogou-se, lançou-se ao fogo de uma só vez. E de uma só vez ardeu seu corpo que crepitou nas chamas.
E quando Tecuciztécatl viu que ele ardia, ele também se lançou no fogo. E rapidamente ele ardeu.
E como dizem e se referem, então tomou vôo uma águia, o os seguiu se lançando de súbito no fogo, e se lançando na fogueira quando, todavia eles ardiam. Por isso suas plumas são escuras e estão sempre queimadas. E também se lançou a onça quando o fogo já começava a se extinguir. Por isso ela somente se pintou, se manchou com o fogo, se queimou. E não ardia muito o fogo, por isso só esta manchada, por isso somente tem mancha negras, somente esta salpicadas de negro.
Por isso dizem que ali esteve que ali se recolheu a palavra; eis o que se dizem eis o que se referem: aquele que é capitão, varão esforçado se chama águia e tigre. Vem se primeiro águia, segundo se dizem por que ela entrou primeira no fogo. E a onça (ou tigre já que nos texto náhualt onça foi sempre traduzida pela palavra tigre, que era as duas legiões de guerreiros no exercito mexicano) vem depois. Assim se pronuncia conjuntamente águia-tigre, porque este último caiu depois no fogo.
Assim se sucedeu: quando os dois se jogaram no fogo e se queimaram os deuses se sentaram e aguardaram para ver por onde sairia Nanahuatzin, o primeiro a cai no fogo para surgi como o sol e trazer a alvorada.
Quando se passou um longo tempo pela qual esperou os deuses, começou então a surgi tons púrpuras que circundava por toda parte, era a aurora, a claridade da luz. E como dizem os deuses caíram de joelhos esperando ver por onde sairia o sol. E por toda a parte eles olhavam sem direção fixa a circundar sua vista por todo horizonte. E em nenhum lugar com suas palavras e seus conhecimentos chegaram a um consenso. Nada coerente puderam falar. Alguns pensaram que iria sair da direção dos mortos, o norte, e para lá olhavam fixamente. Outros da direção das mulheres, o poente. Outros mais da região dos espinhos e para lá quedaram sua visão. Por toda parte pensaram que sairiam, pois por toda parte a claridade do sol iluminava.
Pois alguns quedaram olhando em direção a cor de vermelho vivo, o oriente e dissera:
- Em verdade de lá, de lá saíra o sol.
Foi verdadeira a palavra destes, que para lá olhavam e faziam o sinal com o seu dedo. Como dizem aqueles que para lá olhavam foi Quetzalcóatl, o segundo de nome Ehécatl e Tótec e o senhor de Anáhuatl e Tazatlipoca vermelho. Também aquele que se chamava Tiacapan, Toicu, Tlacoiehua, Xocóiotl. E quando o sol veio a sai, quando veio se apresentar, apareceu como se estivesse pintado de vermelho. Não podia ser contemplado seu rosto, pois feria os olhos das pessoas, pois seu brilho era muito forte, lançava os raios de luz e seus raios chegavam a todas as partes e a radiação de seu calor a tudo penetrava.
E depois veio sair Tecuciztécatl que ia seguindo; também via da direção da cor vermelha, o oriente, junto com o sol ele veio se apresentar. Do mesmo modo como vieram cair eles veio sair, um seguindo o outro. E como se diz e como se narra, que eram da mesma aparência e a tudo eles iluminavam. Quando os deuses o viram que eram iguais em aparência, de novo uma vez mais convocaram um conselho e disseram:
- Como haverá de ser oh deuses? Por acaso dois juntos seguiram o caminho? Por acaso assim haverá de iluminar todas as coisas?
Pois então todos os deuses tomaram uma decisão e disseram:
- Assim haverá de ser, assim haverá de ser.
Então um desses senhores, dos deuses, saiu correndo. Com um coelho foi feri o rosto de Tecuciztécatl e assim escureceu o seu rosto, assim feriu o seu rosto como agora se ver.
Porém ambos continuavam seguindo juntos e tão pouco podiam se move e nem segui seu caminho. Somente ali permaneciam parados. Por isso uma vez mais disseram os deuses:
- Como haveremos de viver? Não se move o sol. Acaso introduziremos a uma vida sem ordem os Macehuales, os seres humanos? Que por nosso meio se fortaleça o sol. Morramos todos!!!
Logo foi o oficio de Ehécatl dar morte a os deuses. Mas Xólotl falou aos deuses que não queria morre.
Assim houve muito pranto, se incharam os olhos, se incharam as pálpebras. E a ele se acercava a morte e ante ela ele fugiu se meteu na terra de milho verde, se alargou o seu rosto, se transformou e se quedou em forma de milho divido que chamam o camponês de nome de Xólotl. Pois dentro da semente do milho foi visto. Uma vez mais se levantou diante deles e fugiu para os campos de magueyes. Também se converteu em magues de xólotl. Pois uma vez mais foi visto e se meteu dentro d`água e veio a se converte em ajolote, em axólotl. Pois ali vieram a colhê-lo e assim lhe deram a morte.
E dizem que todos os deuses morreram, e não é que com isso o sol se moveu, com isto pode seguir seu caminho ele o deus Tonatiuh. Então foi o oficio de Ehécatl por de pé o vento, e com ele empurrá-lo. Assim pode mover-se o sol, pode segui seu caminho. E quando este andava, quedava-se a lua parada. E quando via o sol se esconder então a lua começava a se mover. Assim se separou, cada um seguiu para seu caminho. Saia uma vez o sol a cumpri seu oficio durante o dia e a lua fazia seu ofício noturno a passar a noite a completar o seu labor.
Daqui se vê daqui se diz que aquele podia ter sido o sol, Tecuciztécatl, se primeiro tivesse se jogado ao fogo. Porque ele primeiro se apresentou para fazer penitencia com todas as coisas preciosas.
Aqui acaba este relato, este conselho. Destes tempos antigos se referiam a isso os anciões, que tinha a função de conservá-lo.





 Glossário 

Maguey – São plantas as vezes enormes, grossas e carnosas que formam um imenso casulo que finalmente se abre todo quando floresce a cabo de vários anos. Delas obtém os índios toda classe de produtos: vinho, fibras, papel, combustível.

Ehécatl - "Vento", "ar", "vendaval". Nome de Quetzalcóatl em sua invocação ao deus do vento.

Macehuales – Os merecido de penitencia. Nome pela qual os homens são conhecido pois sua existência somente veio se realizar graça a penitencias dos deus.
Xolotl: Etimologia incerta de xolochtli: "enrugado". Era um deus, originalmente de pouca importância, que se recusou a ser imolado como os demais deuses no momento da criação do homem. Salamandra: AXOLOTL, salamandra aquática mexicana, notável por se manter sempre e se reproduzi em estado larval, sem nunca chegar à forma adulta. Passou a se considerado uma espécie de ser capaz de se adaptar as formas mais monstruosas. Irmão gêmeo de Quetzalcóatl considerado seu oposto no físico e no caráter.
Tonatiuh: Do verbo: "brilhar", "iluminar" terminação no futuro equivale a fazer brilhar, o que faz o dia, ou simplesmente o sol.
Tecuciztécatl: Senhor dos sinos.

Bibliografia:
GUERRERO, José Luis “Flor y Canto del Nacimiento de México”, Ed. Digitalizada.
-  Literatura del Mexico antiguo; Ed. Digitalizada.
-LÉON-PORTILLA, Miguel “Los antiguos Maxicanos a através de sus crónicas y cantares”: Ed . Digitalizada.
- Documentário “ Arquitetura secular; pirâmide da morte” produção National Geographic.
-DREW, Davis “las crónicas perdidas de los reyes mayas”; editora siclo veintiuno, Ed. 2002.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

HUMOR



Os primeiros Hooligans da História. Estou brincando essa é uma sátira ao jogo de pelota maya. Os registros indicam que o mesmo já era jogado 100 a.C, e era a paixão dos povos mesoamericanos.  Mas a contrario de nosso futebol, o final do jogo acabava com o sacrifício de seus perdedores, algumas fontes sugeri que alguns ganhadores também eram sacrificado. Pensando bem pelo jeito não é tão diferente do nosso.

domingo, 21 de novembro de 2010

VIDEOCLIPE - EL MIRADOR

Este é um pequeno vídeo montagem da cidade pré-clássica de El Mirador, que vem revolucionado o pré-clássico. Graças a ela sabemos que os mayas começaram a sua escalada na cadeia evolutiva 1000 a.C. Com aldeias como Nakbé e El mirador, que por volta do ano 400 a.C haviam se convertido em verdadeiras cidade. 

MITOS MESOAMERICANOS

        A reprodução que se segui a baixo é do mito da criação na visão tolteca que teve sua construção literária  na grande cidade de Tula - 950 e 1150 d.C - e foi extraida dos Anales de Cuauhtitlán. A visão do mundo tolteca influenciaria outras culturas sendo uma delas a cultura Mexica ( Asteca) que chegaria ao vale do México  por volta do ano de 1325 d.C., tomaria alguns dos mitos Toltecas para compor a sua cosmogomia.  


Assim se falava, assim diziam
Que havia existido quatro vidas,
e que essa é a quinta Idade.

Como já bem sabia os nossos antepassados que no ano 1-Rabbit
foi criada a terra e o céu.
E eles sabiam que quando se fez a terra e o céu,
já havia tido quatro classes de homens,
quatro tipos de vidas.
Sabiam também que cada uma delas havia existido antes da Idade do Sol

E eles disseram que os primeiros homens
seu Deus os fez, e os forjou das cinzas.
Isto é atribuído ao Quetzalcoatl
cujo sinal é 7-Vento
ele fez os homens, ele os inventou.
O primeiro sol foi criado,
seu sinal era de 4-Água
e se chamou essa idade de água.
E sucedeu que tudo foi destruído pela água.
E o povo converteu-se em peixe.

Se fez logo o segundo sol
Sua marca era  4 Tigre.
E foi chamado sol do tigre.
E sucedeu
Que se oprimia o ceu,
E o sol não conseguia seguir o seu caminho.
E ao chegar ao sol de meio-dia
Logo se fazia noite
e quando caia as trevas,
tigres comiam as pessoas.
E neste sol viviam os gigantes.
E diziam os nosso ancestrais
Que os gigantes assim se cumprimentavam:
"Você não vá cair"
porque aqueles que caem,
caem para sempre.

Se fez depois o terceiro Sol
Seu sinal era 4-chuva.
E se chamava o sol da chuva de fogo.
Sucedeu então uma chuva de fogo
E todos que vivam da terra foram queimados.
E também choveu sobre a areia.
E eles disseram que
regou com seixos e a pedra tezontle fervida
 liberada das rochas.

Sua marca foi de 4 Vento
Foi feito depois do quarto Sol 
Vento  foi dito.
Para ele, tudo foi levado pelo vento.
Todos foram transformados em macacos.
Para as montanhas serão dispersadas,
eles se transformaram em macaco-homem.

Quinto Sol:
4-movimento é seu sinal.
É chamado Sol do Movimento,
porque ele se move, se move.
E como diz o velho,
nele haverá movimentos na terra,
haverá fome e assim pereceremos.
No ano de 13-Caña,
afirma que entrou em  sua existência,
 nasceu o Sol que existe agora.

Foi quando tudo se iluminou,
quando amanheceu,
o sol do movimento que agora existe.
Quatro movimento é o seu signo.
Este é o quinto sol, que foi cimentado,
e nele haverá movimentos na terra,
nele haverá fome. 

O sol, de nome 4 Movimento
este é o nosso sol,
em que vivemos agora
e aqui esta seu sinal
como ele caiu no fogo do Sol
no fogo divino,
lá em Teotihuacan.
igualmente foi este sol.
do nosso príncipe, em Tula,

ou seja Quetzalcoatl.




         A primeira estrofe “Assim se falava, assim diziam”, já nos indica o domínio do antigo e do conhecimento passado de geração para geração, que se suceder de povos para povos de línguas nahuas. Todo mito é dividido em estágios ou Eras, simbolizando a sucessão de povos que depois de encontrar seu auge caem no declino e no esquecimento. Isso se dar por que os povos de línguas nahuas, que ocuparam o vale do México logo após a queda da cidade de Tula, encontraram em suas peregrinações grandes cidades abandonadas como, a grande cidade de Teotihuacán que na sua visão cosmológica passou a ser o local do nascimento do quinto sol. 
          Assim na sua cosmovisão essas grandes cidades fantasma faziam parte de um passado mítico, um passado que eles não tinham participado, mas que através de sussurros e ecos dos ancestrais que preservavam suas antigas tradições eles podiam escutar. 
       O seu passado mais próximo estava associado a cidade de Tula e seu antigo lendário príncipe Quetzalcoatl, que ora aparecer como príncipe, ora como sacerdote e ora como o deus criador do homem físico para alguns ou do homem civilizado para outros. Ele é o doador do conhecimento e da sabedoria, o que separa o homem do animal. 
       O deus Quetzalcoatl sempre foi associado ao calendário, ao conhecimento. Ele é o que civiliza os povos e adquiriu nas crônicas dos conquistadores uma espécie de status de deus messiânico comparado a cristo. Ao mesmo tempo em que ele em algumas correntes religiosas passa a figurar como a abstração da sabedoria de um único deus, o doador da vida. 



sábado, 20 de novembro de 2010

Cidades Antigas - Parte 02






CERROS

            Cerros é uma cidade maya que se encontra a beira de um lago, no rio New em Belize dominando a Baia de Chetumal. Ela passou rapidamente de uma vila de pescadores para uma cidade costeira comercial prospera por volta de 50 a.C. 
          Construída em uma ilha e rodeada por um fosso que a separava do continente e funcionava como canal defensivo, foram encontrados ali cinco grandes templos, o primeiro, conhecido como Estrutura 5C-2, foi colocado no ponto norte da cidade com as costas de frente para baía e à frente virada para o sul. 
             Para os arqueólogos Freidel e Schele o local do templo foi de grande importância e ressaltam que na cosmologia o “norte maya” era considerado o sentido ascendente, a posição do sol no seu auge, a direção do céu e a morada dos deuses. O Sul era visto da mesma forma como a fusão do sentido decrescente e do submundo, onde o Sol Jaguar noite lutar contra as forças das trevas antes do renascimento. Assim o templo era expressão religiosa do poder do soberano e estava ligado simbolicamente com o reino celestial. Essa estrutura preservar outros símbolos como um glifo “yax” ao lado do símbolo maya para o sol, designando primeiro sol, mostrando assim o gradual desenvolvimento daquilo que seria a escrita maya, que somente iria aparece pela primeira vez plenamente desenvolvida dois séculos depois. 
         É de ressaltar que sua mensagem a primeira vista não é tão clara como as de Nakbé com a figura esculpida dos dois irmãos gêmeos. Sua representação aparece de modo simbólico no terraço superior a leste, onde está representada uma máscara em forma de Vênus, que como estrela da manhã aparece antes do amanhecer e anuncia a chegada do sol. No lado oeste reaparece Vênus como a estrela da noite que segue o sol em seu caminho para baixo da terra. Os habitantes das colinas, que estavam na praça abaixo, são confrontados com a realidade dessa imagem cósmica e sua simbologia. 
           A partir do promontório deste sitio poderá testemunhar como Venus e o sol nasce do mar ao leste, e desceu para entrar nas águas, para o oeste. A manifestação simbólica destas forças naturais ladeava o soberano quando este subia as escadas, chegando ao topo do templo na sua extremidade norte, que é a direção do céu tornado parte do próprio cosmos. Suas atividades rituais no santuário privado, que incluiu o derramamento do seu sangue como sacrifício, tinha o objetivo de manter a ordem cósmica e o bem social. Toda essa simbologia remetia aos dois irmãos gêmeos, personagens conhecidos como Hun Ahau e Yax Balam no Maya Yucatec como Hunahpu e Ixbalanqué em Quiche Maya. No mito maya da criação são representados como heróis semi-divinos e proto-cultural, no período imediatamente anterior criação são submetidos a uma série de provas fatais por parte dos senhores do submundo. Depois de superar todos esses desafios e derrota finalmente os senhores da morte eles renascem do mundo dos mortos e assim os gêmeos se tornaram heróis considerados no período clássico, como os protótipos e os ancestrais de soberano Maya. 


             Como eles, o rei maya representa essa batalha sobrenatural, através da prática bem sucedida do ritual envolvendo a entrada no mundo dos espíritos, para garantir a manutenção da ordem na terra, a chegada das chuvas, o ciclo Milho e prosperidade do povo maya. Assim os governantes mayas poderiam ser visto como as divindades sagradas e essa cosmologia dar legitimidade à sua posição na ordem social. 
               Na verdade não temos nenhuma maneira de saber por que ou como ocorreu a essa transformação em Cerros, se de fato foi o resultado de uma espécie de contrato social ou foi imposta de alguma forma por forças internas ou externas. Na verdade, tem sido sugerido que nesta data Cerros teria sido um posto de troca e armazenamento de mercadorias chave para cidade de Lamanai que teria sido tomado esta cidade instalando um soberano e remodelando-a. pode se pensar que a mesma caiu sob a direção direta de Lamanai ou tenha prosperado com o comércio com esta cidade. O que se pode afirma ao estudar a cidade de Cerros é o surgimento de glifos que ligados a símbolos cósmicos já reforçava um caráter político divino, surgimento de representantes semi-divinos e o desenvolvimento daquilo que no clássico marcaria as dinastias divinas..




quinta-feira, 18 de novembro de 2010

HUMOR

Não terei tempo para postar nada hoje, sendo assim deixou uma charge, aliais como dizem; uma imagem vale mais que mil palavras.

Isso sim é se apegar as coisas materiais.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cidades Antigas - Parte 01

 
        Entre 1000 e 400 a.c os povos Mayas encontraram o caminho da agricultura e com ela pôde estabelecer uma vida sedentária e organização social com o desenvolvimento pleno de algumas cidades, que se converteu em importantes centros culturais e econômicos, que até então somente se acreditava ter surgido no período clássico. Essas cidades são consideradas o berço das principais idéias que nortearam as instituições do clássico.
        A importância da agricultura, principalmente do milho e o seu impacto foi tão grande na cultura mesoamericana, que o milho passou a ser sinônimo de civilização. Nas culturas Maya ele assumiu a forma do deus milho, entre os toltecas o milho era descrito como o alimento dos homens o que estava ligado à vida. 
       A produção agrícola mais extração de matéria prima da selva fizeram com que as terras Mayas prosperam-se e passassem de pequenas vilas em grandes centros urbanos, sendo o primeiro em importância no mundo Maya a cidade de Nakbé. Ela foi a primeira grande cidade do período pré-clássico.
Nakbé




            Entre aproximadamente 1000 e 700 aC Nakbé se resumia a pouco mais que uma aldeia grande, com uma série de edifícios de postes e telhas não muito notáveis. Logo no decurso dos 300 anos seguintes, se ergueram estruturas bem mais elaboradas e muito mais impressionantes que devem ter exigido um enorme trabalho organizado. Assim como as cidades Maias de períodos posteriores Nakbé desenvolveu um núcleo central de plataformas e pirâmides de pedra sobre áreas abertas ou praças. Esta cidade se encontrava dividida em dois grupos um em direção leste e o outro voltado para o oeste, ligados por uma ponte de pedra calcária que distava de um extremo ao outro aproximadamente um quilômetro. 
         Uma plataforma construída neste período no grupo leste média 32 metros de altura enquanto uma segunda plataforma, a oeste, sobe cerca de 45 metros acima da floresta, o que equivale a um prédio de 15 andares e estar rodeada por uma série de estruturas, algumas delas levantadas em grandes terraços. Foi encontrado no sitio uma cerâmica elaborada datada por volta de 1000 a.C., o que demonstrar a antiguidade do sitio e o seu sucessivo povoamento uma vez que a grande maioria dos fragmentos de cerâmica fazem parte do complexo que surgiu entre 700 e 400 a.c. No final deste período Nakbé provavelmente tinha uma população de vários milhares de habitantes e funcionou como uma verdadeira cidade.



        O mais fascinante de todo o descobrimento se encontra na frente de uma das plataformas menores. Os restos de um monólito esculpido e danificado. Quando juntou os fragmentos revelou duas figuras masculinas em pé voltadas para si, vestidas com um traje elaborado. No início se achou que pode-se representar um governante Maia, mas alguns detalhes sugerem que é a mais antiga representação conhecida dos chamados heróis gêmeos, dois Principais personagens da mitologia Maya exibido no Popol Vuh. Este notável escultura parece datar de cerca de 400 aC. 
         Os resultados do trabalho realizado em Nakbé, que ainda continuam, levaram a repensar a questão das origens da civilização Maia nas terras baixas, empurrando para trás o tempo de início sua trajetória evolutiva. A transformação mais fundamental da sociedade mãe Maya, que colocou no caminho certo para transforma as aldeias de agricultores em complexas cidades estados, no período clássico pode ter começado aqui.
As pessoas que viviam em Nakbé não pararam de construir no ano 400 a.c. Foram feitas mais construções nos 100 anos seguintes em proporções maiores. Quatro grandes pirâmides foram construídas de forma escalonada aonde se utilizaram pela primeira vez argamassa de cal ou gesso para a decoração da fachada dos edifícios. Foi descoberta uma dúzia de placas jumbo modelada em estuque, alguns com banheiras contendo resíduos azul e vermelho. O mais surpreendente são as máscaras em relevo, de cinco metros de altura, representando um urubu, um deus aterrorizante, vulgarmente conhecido como a principal divindade " Ave ou pássaro Vucub Caquix, outro herói mitico no Popol Vuh.... 




Texto extraido e adaptado do livro " Las cronicas perdidas de los reis Mayas - Drew David ( tradução livre)


MESOAMERICA

Oi, bem vindo todos a Mesoamerica, um blog que tem finalidade de aproxima o público brasileiro das culturas antigas. Passeando na net percebi que são pouco o material acadêmico e sério disponível em língua portuguesa das culturas americana, a maioria se acha em inglês, espanhol e Frances, sendo que até em espanhol o material também não é muito grande, quando se trata das grandes publicações conhecida.  Por isso que estou criando esse blog como forma de levar as principais descobertas sobre as culturas mesoamericanas ao publico não especializado de forma fácil e acessível. Além de disponibilizar textos, livros e manuais de forma gratuita.  Debates e indicação de material serão acolhidos.